(Ivan Siqueira)
Há quem ria de Robert Malthus, o economista que, em 1798, previu uma catástrofe a acontecer no futuro. Segundo sua teoria, a produção de alimentos não acompanharia o crescimento da população. Malthus não era vidente, nem paranormal, como se sabe, ele tem contribuições para a economia que serviram de base para a teoria de John Maynard Keynes, e a macroeconomia moderna. Entre outras coisas, Malthus usou o termo "demanda efetiva" pela primeira vez, em seu livro "Principles Political of Economy", publicado em 1820, um século antes de Keynes, e Keynes gostou, a demanda efetiva é a base do sistema keynesiano!
Hoje em dia, o problema malthusiano não é apenas o problema, tantos outros nos afligem. Alguns estudos em demografia, indicam que dentro de um século haverá na Terra cerca de 40 bilhões de pessoas, elas precisarão não apenas de serem alimentadas, mas necessitarão de transporte, saúde, moradia, educação, a produção industrial terá que “se virar nos 30” , para usar um termo da moda, e isso vai requerer recursos multiplicados milhares de vezes. O pesadelo malthusiano ainda não terminou, Malthus só não foi completo, não havia enxergado as outras necessidades, e se dissessem para ele que a poluição térmica, o aquecimento das calotas polares, efeito estufa, poderiam nos exterminar, ele não acreditaria, diria: não chego a tanto!
O que parece hoje um problema econômico, no futuro será um problema vital, e a única pergunta que devemos nos fazer é: quem vai garantir essa produção alavancada e os recursos que ela demandará? Uns colocariam o problema para a decisão da iniciativa privada, outros vão desejar colocar o peso nas costas do setor público. Eu quero estar fora de ter que fazer sugestões para essa lista, meu mundo é o das idéias, não creio em nada fora disso, e se posso dar alguma contribuição, só existem dois elementos que podem impedir essa catástrofe no mundo do futuro próximo: a Política e a Economia.
O mundo vai depender de nossas idéias sobre mecanismos político-econômicos, sistemas, novos mecanismos de mercado, ou, alternativamente, novos mecanismos de planejamento público. O mundo vai necessitar de heróis, alguns fizeram esse papel no passado, mas estamos órfãos e indecisos, como já disseram os novos filósofos franceses: “Deus está morto, Marx também e eu próprio não me sinto muito bem”.
Podemos dizer que Malthus errou, com essa ameaça sobre as nossas cabeças? E que Keynes, inspirado em Malthus, tem uma contribuição para resolvermos o futuro que nos ameaça? Por que, então, a corrente dos neo-keynesianos, dos pós-keynesianos? Quem é essa gente, que discorda dos que os precederam? Quais as suas idéias? Vem aí pela frente.
Ivan Siqueira
22 de setembro de 2011
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