22 de setembro de 2011

13 - A moeda e os quantitativistas

(Ivan Siqueira)

Os estudos sobre economia monetária apresentam um marco em 1922, quando o economista norte-americano Irving Fisher publica seu famoso livro “The Purchasing Power of Money”, e equaciona a teoria quantitativa da moeda na forma amplamente conhecida:

MV = PT

Não foi Fisher o primeiro a pensar nessa questão. No ano de 1886 um astrônomo interessado em economia, Simon Newcomb, escreveu um livro intitulado “Principles of Political Economy” onde apresentava uma idéia monetarista, ele dizia que:

VR = KP

V ele dizia que era o volume de moeda, R era a rapidez de circulação da moeda, K era o volume de bens e serviços adquiridos em determinado período, e P era nível de preços. Em suas idéias, ele dizia que um aumento de V afetaria P. Mas não fez considerações sobre se aumentos de V poderiam afetar a K, ou seja, a atividade real.

Na equação de Fisher, M é a média do volume de moeda em circulação, ou seja, a oferta monetária, V é a velocidade de circulação da moeda, P é uma média ponderada dos preços dos bens e serviços(é conhecido como índice de preços de Fisher) e T é o volume de bens e serviços negociados.

Fisher foi um dos economistas que mais refletiu sobre o que acontece com a economia do ponto de vista da moeda, ou seja, ele desejava saber que efeitos surgiriam de alterações nas variáveis de sua equação de trocas. E ele tinha 3 conclusões:

1 – Se V e T permanecerem fixas enquanto M varia em qualquer proporção, o lado monetário da equação, variará na mesma proporção, e, portanto, seu igual, o lado de bens, deve variar também na mesma proporção.

2 – Se M e T permanecem invariáveis, enquanto V varia em qualquer proporção, o lado monetário da equação variará na mesma proporção e, portanto, seu igual, o lado de bens, deverá variar na mesma proporção, conseqüentemente, P, os preços, variarão na mesma proporção, ou alguns mais e outros menos de modo a compensar-se.

3 – Se M e V permanecerem invariáveis, o lado monetário e o lado real permanecerão também invariáveis. Conseqüentemente, se T (as quantidades dos bens) variassem numa proporção determinada, P (os preços) variariam todos na proporção inversa, ou alguns mais e outros menos para compensar-se.

Como dizia minha avó, “aí tem pano pra manga!” A primeira dúvida nossa deveria ser, o que será que Fisher pensa sobre V , seria uma constante (essa é uma visão ingênua), e onde entra a taxa de juros nessa história daí?

Bem, isso Fisher abordou na sua teoria do ciclo de crédito, assunto para outra hora. Sem minha avó para atrapalhar!!!

Ivan Siqueira

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