Ivan Siqueira
Economia é uma coisa muito legal, porque nos faz pensar, e será que pode existir algo melhor do que pensar? Mas, por que pensar no que já passou? Olhe aí na tua frente o mercado financeiro, home brokers, o mundo explodindo em interatividade, vai pensar em fisiocracia! É que o passado pode ter sido mal aproveitado. O pensamento econômico, ele se desenvolveu no tempo através de agregações, uns pensam e outros pensam depois, e a coisa foi se formando, mas existem dois problemas: rupturas e descontinuidades. Com rupturas eu quero dizer idéias que foram abandonadas, e, com descontinuidade, estou sugerindo que algumas idéias não tomaram o melhor caminho que poderia ser tomado.
O primeiro pensamento científico sobre economia é considerado a fisiocracia. Essa escola teve vida curta, apenas 20 anos! A economia era vista como um subproduto da terra, da natureza, mas isso não era o mais importante, mas sim a primeira idéia de que o mundo pode ir por si mesmo, a questão está em se descobrir como permitir ao mundo que ele vá por si mesmo! Eu diria que essa é uma idéia genial, ainda mais porque eu gosto de cosmologia, veja o Universo, que perfeição, bilhões e bilhões de astros em perfeita harmonia. Ninguém choca com ninguém! Sabem por que? Não tem a mão do homem! O máximo que o homem pode fazer é rebaixar um planeta, como fizeram com Plutão, só porque ele entra na órbita de Netuno, aí foi humilhado, coitado, deixou de ser planeta. Mas, ele não está nem aí para nada disso, continua na mesma órbita, como a milhões de anos. Ah! Se a economia fosse o cosmo! Mas, não é!
Um economista clássico, ele não espera essa ordem natural, mas acredita que produzir é a condição necessária e eficiente para criar procura pelo que foi produzido. Mas deu de cara com um economista keynesiano que diz,”nem sempre, não basta produzir, tem que haver demanda efetiva por essa produção!”. Ai, ia passando um economista estruturalista, e ele lembrou que isso não é o caso geral, pode haver insuficiência de oferta setorial, ele aprendeu isto na Cepal (Comissão Econômica Para a América Latina), nos anos 50, no Chile. O que esses estudiosos viram? Viram que havia uma indústria amarrada, e o próprio crescimento econômico, que apesar de ter demanda potencial não encontrava resposta da oferta agrícola, era uma espécie de “eu quero comprar, mas você não quer produzir!” , a resposta era “eu não produzo porque não tem procura!”, e os estruturalistas rebatiam, “não, você não produz porque sua oferta agrícola é inelástica, enquanto sua estrutura agrária for de minifúndios e latifúndios, enquanto a manufatura for privilegiada pelo governo, enquanto o setor agrícola e suas técnicas não for desenvolvido, e enquanto essa estrutura tributária não fizer a receita acompanhar os gastos, sem conversa!
Você viu, os fisiocratas, aquele grupinho que só durou 20 anos, de 1756 a 1776, via na economia problemas ao inverso dos estruturalistas do século XX, para eles, os impostos eram demais, e emperravam o crescimento, e propuseram que a tributação fosse feita sobre o que eles chamavam de produt nuit (produto líquido). Aqui, eu alerto para uma ruptura do pensamento econômico, parou no tempo essa idéia, a de que impostos não podem destruir a criação de renda, e hoje, impostos são desestímulos, qual o imposto que me propõe, “se você produzir mais a tributação favorece seus investimentos , seus negócios!”. Assim, ao que parece , fisiocratas e estruturalistas, embora com posições até opostas, estavam além do nosso tempo! Está na hora de rever rupturas e descontinuidades! Por isso, eu gosto de voltar no tempo, como fazem as órbitas dos planetas!
Ivan Siqueira
22 de setembro de 2011
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