23 de setembro de 2011

22 - Da Bolsa de Valores até Adam Smith

(Ivan Siqueira)

Nesse post, vou sair de Wall Street como numa máquina do tempo e vou cair lá na casa de Adam Smith, em 1776. Pra começar estou em Wall Street ainda, ou em qualquer Bolsa de Valores do mundo, quem é que não gostaria de saber como se determina o preço de uma ação, até eu! As histórias são muitas, todo mundo tem uma fórmula, ou um conjunto de mecanismos, sistemas, para se chegar a isso. Alexander Welder, em seu famoso livro “Trading for a Living”, observa que o mercado vive de criar gurus, já foi Edson Gould, Granville, Prechter(que ressuscitou as Ondas de Elliot), Bernstein, Steidlmayer(do market profile), Gann, Elliot, e muitos outros. Todo mundo tem a solução, mas a solução é coisa séria, significa entender o que é o preço de um ativo. Quem sabe isso?

Alguns estudiosos apontam um caminho bem determinado, acham que uma ação tem um preço justo, e é isso o que ela vale, em alguns momentos ela pode ter seu preço negociado acima ou abaixo desse preço justo, mas, cuidado, ela vai buscar esse preço justo, hoje ou amanhã! Os que acreditam nisso são chamados de fundamentalistas. Eles têm uma tarefa árdua pela frente, saber como será o futuro, projetar a empresa, descontar o fluxo de caixa a uma taxa de desconto que também depende do futuro, e encontrar assim, o tal preço justo! Enquanto isso, a galera tá no MetaStock procurando outras coisas. Uns gritam para o lado de lá: Hei, tá me ouvindo! Outros, gritam de lá pra cá: Consegue me ouvir! Ninguém escuta ninguém.

Mas, e os livros de Microeconomia, não é lá o lugar certo de se procurar entender como se formam os preços? Ou teoria não vale de nada? Milton Friedman tem um livro de microeconomia, mas botou o nome do livro, o mais certo, o mais direto, não chamou seu livro de Microeconomia, eu tenho o livro dele, chamou de “Price Theory” (Teoria dos Preços), claro, microeconomia não serve para outra coisa a não ser fazer com que entendamos como os preços se formam. Mas, qual preço? Qualquer preço. Se em um livro desses não tem uma explicação de como os preços das ações se formam, eu deveria esquecer a microeconomia, e até fazer um movimento internacional para retirar das universidades uma matéria que não cumpre o que diz ser! Mas, a verdade, não é essa, está tudo lá na micro, sim, não precisa de MetaStock, nem de fundamentalistas, a teoria dos preços só precisa ser olhada com mais cuidado, entendida, a microeconomia é um excelente corpo de teorias, não tem nada fora dali! Mas, a coisa começa lá atrás, em 1776, quando Adam Smith começou a economeditar sobre o que seriam os preços. Ele fez uma descoberta estarrecedora: tudo tem um preço natural e um preço de mercado. Olhe aí, lembrou dos fundamentalistas? Hoje em dia eles falam em preço justo, né, justo ou natural, dá no mesmo, foram buscar lá em Smith! Depois não querem que eu volte ao passado!

Ivan Siqueira

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