12 de dezembro de 2013

41 - Para que servem os bancos - Parte I

 Não se sabe exatamente quando os bancos surgem no cenário econômico, mas sabe-se que já se concediam empréstimos e trocavam-se moeda estrangeira na antiga Babilônia e na Roma Antiga. Mas, como isso não é a principal atividade bancária, somente na Itália renascentista é que os bancos surgiram recebendo depósitos à vista e a prazo, ou seja, já vendiam algum tipo de CDB por lá! O banqueiro sentava-se atrás de uma mesa, ou banca, e se ele não honrava seus compromissos de pagar aos seus credores, estes quebravam a banca, isso originou a expressão “quebra de um banco”. Naquela época não tinha um banco central para socorrer o banqueiro, essa moleza de hoje em dia!

Os bancos se desenvolveram quando os banqueiros perceberam que poderiam emprestar parte das moedas que eram depositadas nesses bancos, já que nem todos os depositantes apareciam ao mesmo tempo para pegar o dinheiro de volta. O passo seguinte foi dar ao depositante um recibo do que ele tinha no banco, e esse recebido os depositantes poderiam passar adiante, e isso deu origem as notas de papel moeda.

Nos Estados Unidos o primeiro banco é de 1782, é o Bank of North America, a partir daí a atividade bancária deslanchou, mas somente em 1837 é que surgiram os bancos livres, onde todo aquele que atendesse alguns poucos critérios poderia organizar um banco, e aceitar depósitos, entregar cheques, e emitir notas bancárias, que eram uma espécie de recibo que garantia os depósitos. Mas esse sistema “deu pano pra manga”, como gostava de dizer minha saudosa avó, deu muita confusão, havia falsificação de notas bancárias, notas de bancos que não existiam, além do que, os próprios bancos dificultavam a que os portadores dessas notas resgatassem os depósitos, tinha banco que se localizava em lugar de difícil acesso, e o cara que tinha uma nota bancária ficava com preguiça de ir lá resgatar o depósito, e isso fez desvalorizar o valor das notas bancárias que passaram a circular com valor abaixo do  valor nominal delas. Você está entendendo que essas notas bancárias eram um embriãozinho de um CDB, ou seja um título que garantia um depósito!

Aí, vem a Guerra Civil, e a necessidade é que os bancos funcionassem como um mercado para os títulos do governo, o  governo precisava vender títulos para financiar a Guerra Civil, e aí foi criado um sistema bancário nacional, com bancos nacionais e onde as notas bancárias foram padronizadas e regulamentadas, para cada 9 dólares de notas bancárias emitidas o banco tinha que depositar 10 dólares de títulos do governo na autoridade que controlava o sistema monetário. Acabaram com a farra das notas bancárias! E veja que isso, para usar um termo moderno, é uma reserva compulsória pesada, ou seja, a prova de que o dinheiro estava lá para garantir o depósito, e melhor ainda, o dinheiro estava servindo a atividade governamental, uma vez que fora investido em títulos públicos! Quanta diferença dos dias de hoje!

A qualquer momento vou seguir com esse tema – Para que servem os bancos - vem muita coisa de estarrecer, ou eu não me chamo Ivan!

Ivan Siqueira

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